Eleito senador pelo Republicanos do Rio Grande do Sul, o general da reserva
Mourão prefere olhar para a frente e afirma que o capital de 58 milhões de votos deixa Bolsonaro apto a liderar a direita e, se quiser, construir seu retorno ao Poder pelas urnas em 2026.
Para isso, no entanto, o presidente terá que sair da reclusão autoimposta no Alvorada – que Mourão classifica ironicamente como “retiro espiritual” – e “trabalhar politicamente”.
Ele diz ainda ser favorável a mudanças no chamado “Orçamento secreto”, para que o Executivo recupere a capacidade de manejar os recursos públicos. Criado em 2019, este mecanismo permite aos congressistas apresentar emendas ao Orçamento sem revelar sua identidade. Elas oficialmente são “emendas de relator”. A manobra teve o aval de Bolsonaro para a consolidação de sua base no Congresso. Ele atribui o fenômeno ao enfraquecimento dos últimos presidentes, Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e o próprio Bolsonaro, que, ameaçados de impeachment, foram obrigados a ceder mais poder ao Legislativo.
Mourão afirma que não entregará a faixa presidencial a Lula, caso Bolsonaro se recuse a fazê-lo. Citando Winston Churchill, ele defende que o atual presidente deveria encarar o sucessor na rampa do Planalto, com “um gesto de altivez e desafio”: “Toma aí, te vira agora, meu irmão. Te vejo em 2026”.