Sob o comando dos seus dois últimos prefeitos, o petista Antônio Gomide e o bolsonarista Roberto Naves, Anápolis experimentou uma decadência quanto a sua economia – apesar das diferenças ideológicas entre ambos. Praticamente nenhuma empresa de grande porte aportou no município nesse período administrativo. Curiosamente, a derrocada incluiu a perda do antigo brilho no futebol, quando times como a Xata (a Anapolina) ou a Rubra (o Anápolis Futebol Clube) e até o Ipiranga e o Grêmio Anápolis viveram momentos de glória antes de submergirem na insignificância.
Do ponto de vista da economia, é fato que Anápolis parou de crescer nas gestões de Gomide (dois mandatos) e de Naves (também dois mandatos) e agora está sob ameaça de ser substituída no 2º lugar do ranking dos PIBs municipais por Aparecida (a 1ª posição é obviamente de Goiânia). Não só nenhum deles – Naves e Gomide – conseguiu atrair qualquer investimento industrial de porte em seus governos, como assistiram a um êxodo de empresas poderosas transferindo-se… para Aparecida, caso recente da DHL, a maior operadora logística do mundo.
Com Gomide e Naves, o futebol anapolino, antes de excelência, também desapareceu. A Anapolina na década de 1980 foi longe ao decidir o campeonato estadual, jogar com o Guarani a final da Taça de Prata é depois cumprir uma temporada na série A. Isso ficou para trás. Jogadores como Paulo Choco e Gildeone, revelados pelos times locais, chegaram a titulares do Flamengo. Muitos, como Ney, saíram para atuar com destaque no Goiás e no Atlético. Coincidência ou não, com as gestões de Gomide e Naves tudo isso chegou ao fim, assim como aconteceu com o fastígio econômico de Anápolis.
Como as eleições de 2024 vêm aí, Gomide quer voltar e Naves continuar, atrás de um representante que ninguém sabe até hoje quem será. Mas já se articula desde já uma terceira via, a ser encarnada ou pelo deputado federal em exercício Márcio Correa, do MDB, ou pelo ex-presidente da Câmara Leandro Ribeiro, do PP, ou pelos dois juntos em uma chapa com plataforma definida: a recuperação da liderança e da presença de Anápolis no contexto geral do Estado, seriamente danificadas por Gomide e Naves. Se ainda for possível.